11 de novembro de 2015

Torna-te Aquilo Que És


Sou uma ilusão de óptica na parede do quarto.
Um intervalo de tempo melancólico
Sou as lamúrias que inundam o dia frio.

Sou a coragem de desistir,
A beleza no abandono
E o preço da liberdade.

Sou o medo de seguir em frente,
O fascínio do primeiro amor
E o desconforto da primeira dor.

Eu sou a apoteose dum coração partido,
O perigo de se apaixonar
E as tardes vazias num fim de semana.

Eu sou o vazio existencial.
E sou a existência.
E sou a resistência.

Às mudanças.
Às pessoas novas.
Eu sou o resistir em seu melhor.

Eu sou a uma linha da vida curta na quiromancia
Sou uma cigana cega.
Sou ilhas de fortuna.

Sou candura.
O meu coração é verdadeiro.
Mas a minha mente não.

Quem será o herói?
Eu não sei.
Eu não sou.

Tenho medo de saber quem é.
Tenho medo de não ser salvo.
Tenho medo de não voltar para casa.

Sim, eu também sou a dependência emocional.
E tenho sido por tanto tempo.
Que desaprendi a sentir por mim mesmo.

Eu sou o esquecimento
E também sou memória
Sou as feridas do tempo.

Eu sou as chaves erradas
Para portas seladas
Para quartos vazios.
Eu sou todas as crianças prodígio catatônicas.
E todas as mães obcecadas.
E todas as modelos infantis.

Eu sou a coragem
A loucura
E a solidão.

No final eu sou a mesma coisa com nomes diferentes.

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