18 de junho de 2016

Verão I


Palmeiras sinfônicas
farfalham suaves
por uma brisa solitária.
Horizonte-areial -
mar tão distante
quanto o teu afeto.

Aguaceiro do mês
passado escorreu
pelos olhos
da praia;
levando tudo,
lavando a todos.

Sol à míngua
do medo,
confrontando
o terror
dos próprios
raios
na alvura
da praia.

Mudez maremotriz.
faíscas de eletricidade
das palavras
jamais ditas.
O silêncio queima
a pele do presente.

A língua é o
chicote do ar;
a brisa só vai
em direção
ao estar-só,
estar-sol.


Boiando em
memória,
terror a
pino.
Tomo
as mãos
em concha,

me
vem
você.

Aguaceiro do mês
passado só não
conseguiu
te levar
de mim.

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