12 de junho de 2016

Sobre o Ser


Eu apareço e desapareço;
na revoada das borboletas estomacais,
na amplidão do litoral,
na candura do amanhecer,
no ter que dizer adeus.

Eu sou a efemeridade
dos dias,
eu sou os dias em sua
infinidade ociosa;
na intermitência do inevitável
eu sou o milagre;
e por detrás do ser-milagre
sou o dia que nunca chega. 

Sou só.
Sou sol,
sol das cinco,
céu de zinco,
trincado
e trancado
na dificuldade
de ser.

Não se vence o invisível,
não se vence a si -
pelo menos não enquanto
incerto - 
e não se vence o Certo
porque o Certo
é a antítese
de mim e
do querer;
o meu querer não
te quer por perto.

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