Correspondente
me mandou ainda ontem,
através de sonho, carta
ultragentil, com os seguintes
dizeres: "sou para ti o riso
frouxo e os beijos roubados
e o arco-íris que se agarra
às suas coxas nas tardes que
passa debruçado no batente
da varanda"
sorriso brando entre o vidro
e o sol na sombra do mais
sincero bem-querer
flores brancas no meu quintal
brotam de manjericões
esturricados pelo estar-aqui
há esperança nos dias de sol.
tempo parado debaixo
dos seus lençóis anos
atrás. vertiginoso sonho
de um coração que se
enforca ao buscar as
suas inatingíveis sombras;
muito distante das mãos
e de mim também. aquém
de meus excessos - mas
nunca dos seus - reacendo
agora a chama do tempo,
flutuando juntamente
às lesmas surfando
a grama do meu quintal
o sal dos dias é não esquecer.
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