5 de agosto de 2016

Sobre o Evadir


Sigo andando,
desnorteado,
por estas estradas
implantadas em
minha cabeça.
O corpo dói,
trêmulo,
exausto,
observo as
pegadas do
futuro sendo
apagadas
pelo caminho.

Caminhar é preciso,
sem destino,
sem sorriso,
sem ritmo,
chegar a qualquer
lugar só para ver
que a terra de
luzes gélidas
sobrepõe
os corações
quentes.

Eu também sou um coração partido.

Verto a saudade
dos olhos
e me ajoelho no
meio do nada -
uma saudação
à falta que eu
me faço.

Difícil é estar no aqui.

Eu conto as horas
e os segundos
entre os soluços
e o estar mudo,
eu quero voltar
para quem desejo
chamar de lar,
eu quero voltar
para você.

Difícil mesmo é não fugir
quando o coração
é só devir e nunca ser.

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