13 de fevereiro de 2016

Sobre o Possuir

O dia amanhece.
Não se sabe mais por quem amanhece.
Eu preciso possuir, não importam os meios, não importa a forma.
Capturem a Luz do Sol que escorre pelas minhas mãos.
Ouçam a urgência do meu comando.
Ouçam o desespero de minha súplica.
Capturem o que escorre pelos meus dedos. 

A Luz é livre. A Luz é simples.
A Luz manipula sendo verdadeira consigo mesma.
Capturem a Luz. Capturem a despretensiosa Luz.
A Luz que está em meus olhos ao ser abandonado
É a mesma Luz que está em meus olhos quando eu abandono.
A Luz que é simples e pragmática não ousa adentrar os oceanos.
A Luz que é o Sal da Terra.
A Luz que é o Sol da Terra.

Um reflexo de mim mesmo.
No espelho, alucinando com chaves e portões.
Buscando respostas em janelas iluminadas
Olhando para o Sol frio.
Olhando para um céu róseo.
Um reflexo invisível, distante;
Caminha para um peregrinação pelo vazio de suas próprias reflexões.

A Luz que vence a Luz.
A Luz poente.
A Luz no fim do túnel
Que no fim do mundo era centelha.

Eu abro os olhos.
A Luz já não toca o meu rosto.
Ainda aquece o meu coração que cozinha em saudade.
E eu só gostava da Luz porque sabia que ela teria que ir embora.
No fim não era uma questão de afeto, mas de antagonismo.

A Luz escorre pelas minhas mãos.
Como são belas as despedidas.
Como é belo este poema sobre um raio de sol desencarnado. 
A Luz que deixa minhas mãos consciente de sua condição no mundo
Parte para uma jornada
Em busca da inatigível
profundidade.

No final é tudo uma questão de perspectiva. 

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