30 de dezembro de 2015

As Rosas no Armário

Olho para as rosas no armário.
Estandartes de liberdade - as rosas no armário não murcham.
E pense, quão irônicas são rosas que não murcham depois que suas intenções secam?
Um dia, as rosas no armário representaram a infinidade das possibilidades, hoje elas são apenas lembranças do status quo.
Sim, senhoras e senhores, estamos em guerra.
Os jornais só conseguem negar. Corações apáticos caminham pelas ruas e chamam a nossa crise de marola.
O meu amor caminha porta afora enquanto eu grito histérico da beira do abismo que eu perdi o jogo.
Não é suficiente que o meu coração se parta - os corações de todos estão partidos neste momento.
Eu não jurarei lealdade à sua bandeira. Fomos para a guerra. Meus filhos não voltaram, meus pais estão velhos demais para lembrar.
Eu não quero ir para o exército. Os dias desfilam sob tons plúmbicos. Pega-se em armas.
Você é livre. Em meio ao caos, delírios. Eu choro, ninguém ouve. Bombas, tiroteios e lágrimas.
A tristeza é importante. Respeito aos inaudíveis murmúrios de dor - a invencível guerra humana está aqui.
Salutations, boas vindas ao campo de guerra!
Onde se luta porque o estado de violência tornou-se uma trágica convenção. 
Onde novatos são presenteados com a perda da esperança.
Onde atiramos poppers nas narinas inimigas e fodemos indefinidamente na enebriada arena urbana esperando pela catatonia induzida por uma noite bem vivida.
Onde eu tive que engolir todo o amargo da vida antes de poder provar algo doce.
Onde eu aprendi a desaprender. 
Eu olho para as rosas no armário.
As rosas pálidas e crueis.
As rosas atômicas, as rosas perdidas.
As rosas no barco de Charon transportando nossos milhares de vítimas e vilões.
Me sinto mal.
Pegamos em armas. Às vezes literais, noutras metafóricas, mas pegamos.
Matamos os nossos alvos. Às vezes literalmente, noutras metaforicamente, mas matamos.
Quem poderia viver com este nível de consciência e não acordar aterrorizado ao amanhecer?
Eu não sou livre, mas tento ser. Sou eremita, e também veterano - a minha mente está manchada - eu vi as piores mentes da minha geração destruídas por loucura - mas o meu coração continua puro. 
Eu ainda sou capaz de amar, a guerra humana não me matou.
O amor é tão livre quanto você e eu; a minha alma plana em sua própria turbidez e celebra o estado natural da imperfeição.

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