1 de março de 2016

De Volta à Times Square, Sonhando com a Times Square - Allen Ginsberg


Deixem o triste trombeteiro ficar de pé
nas ruas vazias ao amanhecer
e soprar um refrão prateado para os
prédios da Times Square,
memorial de dez anos, às cinco da manhã, com
a fina e branca Lua apenas
visível
sobre os verdes e vastos
escritórios da McGraw Hill
um policial passa por perto, mas ele é invisível
com sua música

O Globe Hotel, Garver deitado em camas cinzentas
ali arqueou suas
costas e limpou suas agulhtas --
onde eu deito muitas noites alucinando
dos restos de seus algodões ensaguentados
e sonhei com a voz de Blake falando -- 
Eu estava solitário,
Garver está morto no México há dois anos,
o hotel foi obliterado num estacionamento
E eu voltei até aqui - novamente sentando nas ruas -

Os filmes pegaram o nosso idioma, os
grandes sinais vermelhos.
CARROS DE CORRIDA DE RUA EM DOSE DUPLA
Pesadelo adolescente
Vadios da Lua

Mas nós nunca fomos vadios em
pesadelos; não éramos nada além de buscadores
do nariz loiro pela Verdade

Alguns homens velhos ainda estão vivos, mas
os velhos drogados se foram

Nós somos lendas, invisíveis mas lendários, 
como foi profetizado.


 



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