A Solidão da Lua Exilada
Hoje (19/10) a lua está em capricórnio, resolvi falar um pouco sobre ela. Neste signo, oposto a Câncer, seu domicílio, a Lua encontra o seu exílio, recebida pela frieza e pela secura de Saturno encontra grande dificuldade em fazer com que os seus assuntos, as emoções, fluam com facilidade.
Aqui a lua adquiri caráter saturniano; o amor só existe depois da construção, e só perdura se for justificável - em capricórnio as emoções são racionalizadas e sua expressão é restrita; o nativo demonstra o seu apreço com mais gestos do que palavras - São os primeiros a defender os seus amados e os últimos a irem embora.
Na via negativa, a Lua em capricórnio pode ser melancólica, amargurada (principalmente se aspectada negativamente por Saturno) - as memórias negativas justapõem as positivas, e esta tendência leva à imbatível certeza de que as coisas darão errado.
Lambo o Tempo lânguido
Lavando o limo das ladeiras da memória
Com lavanda e afeto
As lavadeiras do tempo são lentas, mas eficazes.
Toco o Tempo torpe
Tateando suas curvas sinuosas
Tempo tríade, Tempo metamórfico
A anciã da memória custa a esquecer.
Tempo hermético e resoluto.
Se não foi premeditado então não é real.
Nada pararia aquele que vive apenas para ascender.
Se fosse preciso escalaria a vida com os dentes.
Do alto da existência
O Tempo abraça a própria alma
E alegra-se por estar consciente.
Todavia está só.
Quem vem ao mundo somente para escalar
Às vezes não percebe a hora de cair.
As quedas também são importantes
Cair de amores por alguém - permitir-se.
A distância é a maior das armaduras.
Cavaleiro de si mesmo, agarra a vida com todos os membros - e não solta.
Viver é um esporte de contato, mas só quando é conveniente.
A solidão ainda é o mais confortável dos refúgios.
Às vezes é preciso abrir mão do Tempo
E das impressões que ele nos causa
Às vezes é preciso que a Lua anciã
Encare a vida como donzela novamente.
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