Você Não Quer Um Namorado
E então todo mundo lhe diz que você ficou pra titia.Nas festas de fim de ano os teus parentes remexem na tigela de arroz com passas enquanto lhe perguntam: “E os(as) namoradinhos(as)”, você revira os olhos e encara a parede vazia mais próxima, perguntando algo do tipo “O que eu fiz para merecer isso?”.
Você decide tentar mudar o cenário; depois de várias tentativas instalou o Tinder novamente, agora vai! Ninguém te desperta interesse, esse aqui é machista, esse outro faz questão de dizer o tipo de pessoa que ele não gosta – esse tipo é o pior tipo – e aquele ali? Nem te conto, encheu a descrição com frases genéricas que não fazem nenhum sentido; quando que todo mundo se tornou tão desinteressante?
Um belo dia você conhece aquela pessoa que te deixa impactada, “QUERO” aparece em letras garrafais num telão em sua mente, e, surpreendentemente, é um match! Que dia feliz, vocês curtem as mesmas coisas, ele(a) tem uma descrição engraçada, interessante, politizada e misteriosa (porque um pouquinho de mistério é importante, né?), tudo o que você poderia esperar de uma pessoa. Vocês começam a conversar e tudo flui tão bem – ele(a) te responde tão rápido! – mas na internet a gente ainda tem um tempo maior pra pensar nas respostas.
Conversa vai, conversa vem e vocês resolvem se encontrar. O primeiro encontro é sempre o pior de todos, é meio que uma das normas do universo; vocês estão nervosos e esperam que as coisas deem certo, quando alguém se identifica tanto com uma pessoa que nunca encontrou pessoalmente muitas expectativas são criadas, e não é sem motivo, nós esperamos que o que estava bom fique ainda melhor, e não que as coisas fiquem estranhas por causa de um encontro ruim.
O primeiro encontro é cheio de longos silêncios, e não é daqueles que a Mia Wallance de Pulp Fiction fala que acontece com pessoas especiais, esses longos silêncios são aqueles em que nós perguntamos: “Tá, mas o que vem agora?”. Ok, terminou, você sobreviveu; foi bem regular, né? Não foi uma catástrofe – às vezes as catástrofes proporcionam ótimos encontros – mas não te deixou com um gostinho de quero mais (em nenhum sentido), e agora, o que fazer?
Você conheceu esta pessoa maravilhosa que tem tudo que você espera num possível namorado(a), então por que você não quer namorar com ela? Outra lei do universo: as coisas e as pessoas que nos atraem são inesperadas. Eu por exemplo, me atraio e me fascino pelo diferente – como eu vou estabelecer um padrão para o que é diferente? Como catalogar o desconhecido? – nem sempre as suas expectativas serão satisfeitas, lide com isso. Aquela pessoa que você acha maravilhosa às vezes não dá certo contigo, e você vai namorar porque vocês dois fazem um casal bonitinho? Ou será porque tem os mesmos interesses?
Apesar da era das máquinas tentar fazer de namorados em potencial meros algoritmos, ainda existem fatores imprevisíveis, a atração e a química. O desejo de estar junto, de saber do dia do outro, de querer ficar conversando por horas, os silêncios acolhedores nos intervalos da conversa, a troca de olhares, são essas coisas que fazem um namoro – a necessidade de alguém em sua vida, e não o cumprimento de uma função social.
Você não quer um namorado, você quer satisfazer uma demanda. Você não precisa de um namorado, você precisa de alguém especial, e esse alguém precisa de você.
Você decide tentar mudar o cenário; depois de várias tentativas instalou o Tinder novamente, agora vai! Ninguém te desperta interesse, esse aqui é machista, esse outro faz questão de dizer o tipo de pessoa que ele não gosta – esse tipo é o pior tipo – e aquele ali? Nem te conto, encheu a descrição com frases genéricas que não fazem nenhum sentido; quando que todo mundo se tornou tão desinteressante?
Um belo dia você conhece aquela pessoa que te deixa impactada, “QUERO” aparece em letras garrafais num telão em sua mente, e, surpreendentemente, é um match! Que dia feliz, vocês curtem as mesmas coisas, ele(a) tem uma descrição engraçada, interessante, politizada e misteriosa (porque um pouquinho de mistério é importante, né?), tudo o que você poderia esperar de uma pessoa. Vocês começam a conversar e tudo flui tão bem – ele(a) te responde tão rápido! – mas na internet a gente ainda tem um tempo maior pra pensar nas respostas.
Conversa vai, conversa vem e vocês resolvem se encontrar. O primeiro encontro é sempre o pior de todos, é meio que uma das normas do universo; vocês estão nervosos e esperam que as coisas deem certo, quando alguém se identifica tanto com uma pessoa que nunca encontrou pessoalmente muitas expectativas são criadas, e não é sem motivo, nós esperamos que o que estava bom fique ainda melhor, e não que as coisas fiquem estranhas por causa de um encontro ruim.
O primeiro encontro é cheio de longos silêncios, e não é daqueles que a Mia Wallance de Pulp Fiction fala que acontece com pessoas especiais, esses longos silêncios são aqueles em que nós perguntamos: “Tá, mas o que vem agora?”. Ok, terminou, você sobreviveu; foi bem regular, né? Não foi uma catástrofe – às vezes as catástrofes proporcionam ótimos encontros – mas não te deixou com um gostinho de quero mais (em nenhum sentido), e agora, o que fazer?
Você conheceu esta pessoa maravilhosa que tem tudo que você espera num possível namorado(a), então por que você não quer namorar com ela? Outra lei do universo: as coisas e as pessoas que nos atraem são inesperadas. Eu por exemplo, me atraio e me fascino pelo diferente – como eu vou estabelecer um padrão para o que é diferente? Como catalogar o desconhecido? – nem sempre as suas expectativas serão satisfeitas, lide com isso. Aquela pessoa que você acha maravilhosa às vezes não dá certo contigo, e você vai namorar porque vocês dois fazem um casal bonitinho? Ou será porque tem os mesmos interesses?
Apesar da era das máquinas tentar fazer de namorados em potencial meros algoritmos, ainda existem fatores imprevisíveis, a atração e a química. O desejo de estar junto, de saber do dia do outro, de querer ficar conversando por horas, os silêncios acolhedores nos intervalos da conversa, a troca de olhares, são essas coisas que fazem um namoro – a necessidade de alguém em sua vida, e não o cumprimento de uma função social.
Você não quer um namorado, você quer satisfazer uma demanda. Você não precisa de um namorado, você precisa de alguém especial, e esse alguém precisa de você.
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